terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

A BÍBLIA DOS ESPÍRITAS - Cap. 31 a 40

 



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“Quando porém vier o Consolador, aquele Espírito de Verdade, que procede do Pai, que Eu vos enviarei da parte do Pai, Ele dará testemunho de mim” – João, cap. 15.

“Eu tenho ainda muitas coisas que vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora. Quando vier, porém aquele Espírito de Verdade, Ele vos ensinará todas as Verdades...” – João, cap. 16.



   Enquanto Jesus pagou com a vida o Batismo de Revelação, que muito bem está expresso nos Atos, capítulos um, dois, sete, dez e dezenove; enquanto Jesus deixou o Pentecostes em franco funcionamento, como está expresso na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, capítulos doze, treze e quatorze; enquanto isso tudo aconteceu, para que a Humanidade fosse conduzida pelo exercício da Moral, do Amor e da Revelação, que são os três inderrogáveis sentidos da Lei de Deus, que fez Roma, depois de Constantino vencer Maxêncio e ter fundado o catolicismo? Aonde foram parar aquelas manifestações da Mensageiria Divina? Aonde foram parar aquelas reuniões simples, sem clerezias, sem homens fantasiados ou apalhaçados, sem dogmas, sem liturgias, sem inquisições, sem imperialismos despóticos e sanguinários?

   Jesus deixou o Consolador em funcionamento, para que, no curso dos tempos fosse a Humanidade conhecendo aquelas verdades que Ele jamais poderia ter ensinado naqueles dias. Estas verdades são, em síntese, as já expostas – Essência, Existência, Movimento, Imortalidade, Evolução, Responsabilidade, Reencarnação, Revelação, Habitação Cósmica e Sagrada Finalidade.

   Havendo Roma atraiçoado o Batismo de Revelação, o Instituto Divino de Informações, voltou Elias, conforme as profecias, na personalidade de Kardec, para encabeçar a reposição das coisas no lugar, isto é, para restaurar o Cristianismo. E como não há Evangelho sem Consolador, ou Cristianismo sem Batismo de Espírito Santo, o nome dado à Restauração foi – Espiritismo.

   Sendo normal que Cristianismo é sinônimo de Lei Exemplifica- da, ao Espiritismo cumpre ser, fundamentalmente, Moral, Amor e Revelação. Porque esses são os sentidos da Lei, que Jesus viveu, para Se constituir o Divino Molde. Como Anunciador ou Revelador, o Espiritismo salientará sempre o sentido Moral da vida, porque o Amor, sem a Moral, pode não filtrar a Vontade de Deus. O Amor Divino, diremos, é Moral Integral.

   Quanto a Roma, ou quanto à besta apocalíptica, que em nome de Deus, da Verdade e do Cristo, e também dos vultos cristãos, se transformou em horrenda fábrica de blasfêmias, de idolatrias e perseguições ao Batismo de Revelação, ela terminará como está escrito no Apocalipse. 


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“A tua nação e os pontífices são os que te entregaram nas minhas mãos; que fizeste Tu?” – João, cap. 18. 

  A função missionária de Jesus fora cumprir a profecia, feita por séculos consecutivos, do derrame de Espírito Santo sobre toda a carne. A palavra DERRAME foi traduzida por BATISMO, e isto deve ser bem entendido. Entretanto, as palavras de Pilatos dizem sobre como foi Jesus tratado pelos papas do tempo e os fariseus. Ele, que tinha o Espírito Sem Medida, e veio para em Espírito Santo batizar, fora condenado como feiticeiro ou fazedor de sortilégios. No Talmud assim se encontra escrito. 

  Embora tendo vencido, porque aos cinquenta dias da crucificação voltara e realizara o batismo, deixando o Consolador em pleno funcionamento, o fato é que, no quarto século, tudo foi em Roma adulterado. O Livro dos Atos está cheio das mais esplêndidas comunicações de espíritos, anjos ou almas; isto é, de grandes consolações daí advindas. Aquela Mensageiria anunciada por Jesus, no capítulo dezesseis de João, ficou funcionando no mundo, entre os do Caminho do Senhor. 

  Até trezentos e vinte e cinco não houve Cristianismo e sim Caminho do Senhor; este era fundamentado na Revelação, na comunicação dos anjos, espíritos ou almas. Vide as sessões, como eram feitas pelos do Caminho do Senhor, ou como as faziam os Apóstolos e aqueles que vinham engrossando as fileiras do Caminho.

  Vide nota, em OS GRANDES INICIADOS, sobre o que Roma fez, liquidando a Revelação e mandando ainda destruir os Templos Iniciáticos das voltas do Mediterrâneo, a fim de radicar a ferro e a fogo a tremenda corrupção. Todos deviam curvar-se diante do poderio romano, e, para começar, deveriam fazê-lo através da fé, que era o meio seguro, porque a confissão auricular se impunha pela Inquisição. O Pentecostes desapareceu. O Consolador sumiu do seio de toda a carne. Em lugar de se espalhar pelo mundo a certeza da imortalidade e da responsabilidade, espalhou-se o mercantilismo idólatra, o dogmatismo simulador, a fantocharia despótica e sanguinária. 

  Elias voltaria um dia, para repor as coisas no lugar, para fazer a Revelação retornar ao seio da Humanidade. No século quatorze Jesus ordenara o começo da trabalheira renovadora. E num curso de quatro séculos e meio, vieram à carne antigos Profetas, Apóstolos e demais servidores de Jesus, para a grandiosa obra de retorno ao mundo da Excelsa Doutrina. Os cabeças do movimento foram Wicliff, Huss, Lutero, Joana D'Arc, Giordano Bruno, Kardec, Denis, Delanne, etc., etc. Para o Brasil foi indicado, assim que deixaram a França, o serviço de Consolidação. E foi assim que aconteceu no Brasil do século vinte. Não queremos entrar em pormenores agora, mas a realidade dos fatos prova o argumento. 

  Responda o leitor a Pilatos, pela pergunta que ele fez a Jesus, querendo saber o motivo porque os papas e os fariseus queriam matá-Lo, porque realmente O mataram. E respondam a si mesmos os que tiverem inteligência de entender, se Roma, pouco depois, não faria ainda coisa muito pior. 

  Anás e Caifás, cumprindo ordens do Sinédrio e dos fariseus, mataram o corpo, de onde ressurgiu glorioso o Espírito, para deixar o Pentecostes, a primeira sessão pública do Caminho do Senhor. Roma procurou matar o Espírito, e o matou de certo modo, fazendo desaparecer da Terra o Batismo de Revelação, que Lhe custara a primeira morte. Eliminar a Revelação foi crucificar Jesus pela segunda vez! 

  E a Humanidade chafurdou na idolatria, no materialismo e no sensualismo, de onde surgiram as coisas tremendas que os séculos dezenove e vinte hão de suportar, com tremendas consequências para outros séculos adiante. -


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“Que coisa é a Verdade?” – João, cap. 18

 A Revelação ensinaria, como sempre ensinou, sobre isto – Essência, Existência, Movimento, Imortalidade, Evolução, Responsabilidade, Reencarnação, Revelação, Habitação Cósmica e Finalidade Sagrada. 

 Eis as chaves do conhecimento da Verdade que livra. Eliminando porém a Revelação, começaram a vingar ignorâncias e erros, simulacros e fingimentos, vindo homens fantasiados ou apalhaçados a se apresentarem como se fossem ministros de Deus. Como dissera o humilde pescador, que jamais pensara em papismo algum, o cão volvera ao vômito e a porca, lavada, de novo se revolvera no lodaçal. Jesus vira o Consolador desaparecer, engolido pela besta apocalíptica, que se levantara na cidade dos sete montes. 

  E a Humanidade entrara para a ignorância e a treva. 

 E a pergunta de Pilatos ficara de pé, até Elias retornar, e, com o nome de Espiritismo, restaurar o Caminho do Senhor. 

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“Espírito Santo” – Bíblia. 

   Não seria Jesus o derramador sobre a carne do Espírito Imundo. Mas sim do Espírito de Luz, Santo, Bom, de Verdade ou Consolador. Todavia, o adjetivo SANTO serviu para os corruptores mentirem, adulterarem, apresentando um Deus dividido em três, a fim de poderem liquidar a Revelação, a comunicação dos anjos, espíritos ou almas. Nos textos originais o ADJETIVO não se encontra quase, e jamais é encontrado para significar um Deus repartido, e sim a comunicação do Espírito Mensageiro

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“E havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam em diversas línguas, e profetizavam” – Atos, cap. 19. 

   Aquele Espírito Santo era imediato, prático, tangente, verdadeiro, normal, consolador, cheio de graças e sempre pronto a servir, a cumprir o seu dever, de acordo com a Promessa do Velho Testamento e as palavras de Jesus, enquanto esteve com o Seu fardo de carne entre os homens. Os Atos e as Epístolas repetem centenas de vezes o acontecimento, pois em seguida ao Pentecostes, a comunicabilidade dos espíritos, anjos ou almas, era o prato do dia... Todavia, os adulteradores romanos inventaram um Espírito Santo que não aparece, não fala línguas diversas, não profetiza, não cura, nada sabe e aprecia idolatrias, simulações, contínuas e intensas traições aos Mandamentos da Lei de Deus.


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“Caríssimos, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus...” – I Ep. de João, cap. 4. 

   Aqui está certíssimo, porque espírito de Deus reflete a perfeita interpretação, no consenso popular. De Deus, Santo, Bom, de Verdade, etc. Tudo aquilo que signifique qualificação por discernimento. 

   Como os Atos e as Epístolas provam, o prato do dia, em seguida ao Pentecostes, era a comunicabilidade dos espíritos, almas ou anjos; e o Apóstolo João cuidou de alertar os cultivadores do Consolador, para o devido discernimento dos espíritos comunicantes. 


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“E sobre os dons espirituais, não quero, irmãos, que vivais em ignorância. Sabeis que, quando éreis gentios, concorríeis aos simulacros mudos, conforme éreis levados” – I Ep. Coríntios, cap. 12. 

   Paulo enumera, nesta parte da sua vastíssima obra epistolaria, as nove manifestações mediúnicas fundamentais, ou conhecidas naqueles dias: Sabedoria, Ciência, Fé, Curas, Milagres, Profecia, Discernimento dos Espíritos Comunicantes, Línguas Diversas, Interpretação ou Direção de Trabalhos. 

   Era o cumprimento da profecia, de que a Revelação se tornaria ostensiva, e os sonhos, as visões, os sinais e os prodígios tornar-se-iam comuns; era o Batismo de Espírito Santo, trazido por Jesus, à custa de Sua vida, que transformaria a Humanidade pelo Conhecimento; era, para todos os elementos do Caminho, o fim da brutalidade, do materialismo, da negação de Deus, dos clericalismos despóticos. 

   Essa esperança Roma frustrou, inventando o catolicismo no quarto século, invadindo a Humanidade com as suas simulações e com a sua Inquisição, a arma terrível com que protegeria as suas blasfêmias contra a Moral, o Amor e a Revelação. 

   Quem ler este capítulo, confronte-o com o dois do Livro dos Atos e com os quatorze, quinze e dezesseis do Evangelho segundo João, porque Paulo, aqui, nada mais faz do que explicar o que seja o Consolador, o Mediunismo, a Revelação tornada pública através de Jesus, o Cristo.


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“As coisas ocultas do seu coração se fazem manifestas, e, assim, prostrado com a face em terra, adorará a Deus, declarando que Deus verdadeiramente está entre vós” – I Ep. Coríntios, cap. 14. 

    Assim eram os Santos Espíritos que ensinavam naqueles dias, dando provas do Batismo de Revelação, convencendo a todos através de fatos mediúnicos. Neste capítulo, onde Paulo ensina a fazer sessões mediúnicas, pode-se dizer que se concentra o Néctar do Profetismo, porque este capítulo concretiza a Promessa feita através dos Profetas, demonstra a Graça da Revelação trazida a toda a carne por Jesus e ensina o Molde das Sessões, cópia exata do Pentecostes. 

    A Igreja de Deus, como diz Paulo no capítulo quinze, de quem fora ferrenho perseguidor, era a expressão dos três sentidos da Lei de Deus; era o cultivo simples da Moral, do Amor e da Revelação totalmente anticlerical, totalmente anti-idólatra, totalmente a favor da Linha Mestra, feita à base do Saber e da Virtude. 

   Havendo Roma atraiçoado o Batismo de Espírito Santo, o Saber, a Virtude e a Revelação desapareceram da Terra, chafurdando a Humanidade na negação, no materialismo e na brutalidade. 

   O protestantismo, não sendo catolicismo nem a Igreja Restaurada, é, entretanto, fábrica de discursozinhos falazes e de blasfêmias contra o Batismo de Espírito Santo. Isto se explica muito facilmente, pois tendo havido necessidade de preparar os alicerces da Restauração, antes de vir Elias como Kardec, para trazer de novo o Consolador, foi preciso que viessem Wicliff, Huss, Joana D'Arc, Lutero e Giordano Bruno. E aqueles que não têm conhecimento de causa, tomam os primeiros passos pela caminhada toda... Se fosse para não haver a grande eclosão mediúnica do Pentecostes, a grande sessão pública de Espiritismo, também não precisaria vir Jesus à carne. 

   E, portanto, se não fosse para ser arrastado de novo o Consolador para o seio da Humanidade, também não havia necessidade de virem os Missionários da Restauração. Para ficar em letras e discursozinhos falazes, que nada provam das verdades fundamentais do Profetismo, poderia ficar sossegada a besta apocalíptica... Saiba, quem tenha vontade de saber, que por PALAVRA DE DEUS sempre foi tida a Revelação, o Instrumento Divino de Informação, conforme disse Jesus no capítulo dezesseis de João: 

“E quando vier aquele Espírito de Verdade, Ele vos ensinará todas as coisas...” 

    Os modernos Nicodemos, que querem ser Mestres quando nem sequer servem para bons discípulos, por isso mesmo fazem berreiros sobre a pessoa de Jesus, enquanto blasfemam contra o Espírito de Verdade, nome das Falanges Mensageiras do Senhor. 

   A Humanidade terrícola ainda é apenas um capítulo da História do Ridículo, pois não existe nela erro algum que se não queira impor em nome do Acerto, nem ignorância alguma que se não queira impor em nome do Conhecimento. Seus arautos querem mais ensinar a Deus do que aprender com Deus... 


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“Voltou o cão ao que havia vomitado, e a porca lavada tornou a revolver-se no lodaçal” – Segunda Ep. de Pedro, cap. 2. 

   O humilde pescador, que tantos testemunhos dera do Batismo de Revelação, como se encontram registrados nos capítulos um, dois, sete, dez e outros, dos Atos, bem fizera em dizer que isso aconteceria. O Caminho do Senhor, nome da Doutrina Excelsa deixada pelo Cristo, durou até trezentos e vinte e cinco, tendo a seguir sofrido corrupção, até mesmo completa liquidação. Para cúmulo da aberração, falsificaram os documentos e fizeram questão de impor a blasfêmia contra a Revelação em nome de Pedro, ele que em Atos, capítulo dois, fora o primeiro a proclamar Jesus como sendo o derramador do Espírito Santo sobre toda a carne, como sendo o Celeste Executor daquela Promessa feita em Joel, capítulo também dois, e de outras dezenove afirmações do Velho Testamento. 

   Pobre Pedro! Há dezessete séculos que, montada a besta apocalíptica sobre a cidade dos sete montes, conspurca a Excelsa Doutrina do teu Amado Jesus, fundamentada nos três sentidos da Lei, e o faz em teu nome. 

    Pobre Pedro! Tu que te fizeste crucificar de cabeça para baixo, por te julgares indigno de o ser como Jesus, por quanto tempo ainda verás que homens apalhaçados, vergados ao peso de mil e uma idolatrias e blasfêmias, em teu nome cometem todos esses crimes, induzindo a Humanidade a cometê-los também? 

   Humilde servidor de Jesus! Equipa as tuas legiões amigas e batalha contra o monstro corruptor. Proclama à Humanidade que a Doutrina do Mestre é um misto de Sabedoria, Virtude e Revelação. Brada aos homens, teus irmãos, que a libertação das almas deriva de uma inteligência lúcida e de um coração referto de bondade. 

   Exclama que jamais foste um traidor do Batismo de Espírito Santo, um fabricante de paredes frias, paus e pedras surdos e mudos, porque foste, no dia de Pentecostes, o primeiro a levantar a voz como testemunha da Graça da Revelação, trazida a toda a carne por Jesus Cristo. -


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Para eliminar o Batismo de Revelação foi lançado um Edito, afirmando ser coisa de Belzebu a todos os fenômenos mediúnicos ou proféticos. Vide o Livro: CONFISSÕES DE UM CORRUPTOR. Saiba como corromperam a Doutrina do Caminho do Senhor. 


 





A BÍBLIA DOS ESPÍRITAS
  
 
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