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Deus é impessoal, é a Essência Divina que tudo em si engendra, sustenta e determina. O antropomorfismo é idolatria e deve ser combatido, porque ele é produto da incapacidade conceptiva e é o instrumento de valia dos clericalismos idólatras e mercenários. Quem situa Deus fora de si e arranja manhas e artimanhas a fim de se aproximar d'Ele, por certo pertence ao número dos que, ficando nas portas do Templo da Verdade, nem entram nem permitem a entrada aos que poderiam fazê lo. Ou pertencem ao número dos que, por boa fé, mas ignorando leis e fatos, prestigiam àqueles. A realidade dolorosa é esta entre os que em nome de Deus exploram e os que em nome de Deus são explorados, forma se a caudal de errados que mantém a Terra na condição de um mundo inferior.
O Cosmo é o infinito dos mundos; e como é sabido que os mundos físicos têm os seus duplos etéricos ou correspondentes astrais, temos aqui a mesologia integral, a começar nos mundos físicos e a finalizar nos mais elevados planos etéricos, onde a Humanidade cósmica habita. Tudo é questão, em matéria de habitabilidade, de teor evolutivo. Na casa do Pai há muitas moradas, precisamente para que os filhos do Pai possam morar, segundo a respectiva capacidade evolutiva ou vibratória.
Quanto mais o ser evolui, tanto mais se torna Cósmico ou Universal. Tudo é questão de conhecer mais ou conhecer menos, para conceituar melhor ou pior, certo ou errado. A Humanidade terrícola começa a despertar para as coisas da universalidade, graças aos informes que o Consolador está ministrando. E subindo por essa escala, bem depressa compreenderá a Lei de Unidade que rege a chamada Criação.
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A chamada Criação é constituída de Espírito e Matéria. O Espírito contém em si a capacidade evolutiva, ou de autocrescimento. Superando a lei das reencarnações pelo abrilhantamento próprio e, portanto, pela transformação do seu corpo astral em Luz Divina, acima de toda e qualquer expressão de forma, passa a ser Luz, Glória e Poder. É o grau crístico, aquele que lhe permite sintonizar com o Pai, gozar da Divina Ubiqüidade e, por essa e outras altitudes atingidas, vir a ser Filtro da Suprema Vontade.
A Matéria é, dos profundos extratos ao máximo sólido, apenas serva do Espírito. Dominá la é dever primordial. Transformar o corpo astral em Luz Divina, em Matéria retornada ao estado de Luz, tal é a obrigação do Espírito. Por isso é que os dois primeiros Mandamentos são absolutamente concisos, mandando conhecer Deus e jamais apresentar a Matéria como objeto de culto ou de adoração.
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As Verdades Fundamentais são estas Essência, Existência, Movimento, Imortalidade, Evolução, Responsabilidade, Reencarnação, Comunicação, Habitação Cósmica e Sagrada Finalidade. Quem for, pelos conhecimentos adquiridos, ao píncaro da interpretação destas verdades, poderá dizer que conhece as coisas de Deus. Em um mundo inferior como a Terra, bem poucos são os que encaram tais questões de frente. O corpo ordena mais do que o Espírito. O instinto ainda está longe de se transformar totalmente em plenitude intuitiva. O homem-carne escraviza o homem-psíquico.
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O Saber e a Virtude resumem as trilhas que celestializam o Espírito. Mas o homem ainda medíocre em evolução, não sabe disso. Procura formalismos, idolatrias, mentiras, simulacros, exteriorismos a valer. E não faltam aqueles que os fabricam, para vender-lhes. O Pai quer filhos lúcidos e amorosos, conhecedores de leis e executores de nobres ações. Ele quer que eles procurem o Reino do Céu que trazem no imo, para exaltá-lo e gozá-lo; enquanto isso, a involução faz com que uns se entreguem à idolatria e outros neguem tudo. O pior feito é o daqueles que, com inteiro cinismo, montam quitandismos idólatras e vivem disso.
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Os três sentidos da Lei de Deus - Moral, Amor e Revelação. A Moral harmoniza e dignifica, o Amor sublima e diviniza e a Revelação adverte, ilustra e consola. A Lei de Deus é Cósmica, é Universal, é Eterna e Imutável. Nunca deixarão de existir os três sentidos da Lei, enquanto houver a chamada Criação. A Lei é a Trilha dos Cristos e a Matriz dos Livros Sagrados.
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Não é honesto falar em uma Bíblia, pois as Bíblias últimas derivam das primeiras, dos primeiros documentos que vieram ter às mãos dos encarnados, por intermédio de alguns seres dotados de faculdades, por efeito de espíritos, anjos ou almas comunicantes.
Se as Bíblias maiores ou mais famosas são oito, por milhares de documentos se contam os escritos ditos Sagrados. Entretanto, a Popol-Bugg e o Livro dos Mortos formam na dianteira das Bíblias todas, pois a primeira deriva da civilização atlante e a segunda vale por sua continuação. A famosa civilização egípcia é apenas reflexo da civilização atlante.
Manu fez uma sinopse deveras interessante, uma codificação valiosa, pois fez um extrato daquilo que havia de melhor sido revelado, até então. Seu espírito de síntese foi genial, como soem ser todos os codificadores. Atrás deles funcionam as Legiões do Senhor, o chamado Espírito da Verdade, e eles apresentam as linhas mestras, as chaves doutrinárias.
O segundo grande codificador foi Moisés, que inclusive tornou a transmitir o Código Divino, tendo sido também o primeiro batizador coletivo de Revelação. Os Dez Mandamentos datam de mais de duzentos mil anos. E o primeiro batismo de Espírito está relatado no capítulo onze do Livro de Números.
Todos os ensinos contidos nas demais Bíblias, nos demais chamados Livros Sagrados, partem daqueles dois. O Védico-Budismo deu o primeiro, tendo a Raça Atlante contribuído fundamentalmente para isso; os continentes eram ligados e os primeiros Grandes Reveladores nela viveram, não sendo a Índia mais do que continuação, assim também como o Egito de eras posteriores.
Os autores dos Livros Sagrados, portanto, foram milhares; e de longe em longe surtia um grande codificador. Assim foi, assim é, assim irá sendo, até a consumação evolutiva do Planeta. Pouco importa o que venham a pensar certos homens, aqueles que sempre se apresentam pensando que são os juízes e fiscais do próprio Deus!...
De Moisés a Jesus-Cristo muitas coisas aconteceram; e aquilo que realmente importa ser conhecido, neste livreco está relatado. Quem o souber ler, ficará com o Espírito das Revelações e com as Chaves da Verdade. O Verdadeiro Livro Sagrado é a Obra Divina, é a chamada Criação! Está escrito desde a Eternidade e seus capítulos e versículos são as leis do Senhor! Os mundos infindos e as vidas é que lhe são as páginas gloriosas!
As Bíblias são a História do Mediunismo ou Profetismo; seus altos e baixos derivam dos altos e baixos daqueles que as revelam; importa saber discernir entre o que veio da Mensageiria Superior e aquilo que houve de ingerência humana. Não é suficiente ler a Bíblia ou as Bíblias; o mais importante é saber ler. De tal modo a ignorância grassa no mundo, que os donos de religiões transformam os Livros Proféticos ou Mediúnicos em elementos de blasfêmia contra o Profetismo. Foram os anjos, almas ou espíritos comunicantes que ensinaram os homens; mas aqueles que lêem mal, induzidos por aqueles que têm interesses materiais na adulteração dos fatos, tudo procuram inverter e corromper.
De Ordem Superior, este livro representa uma Súmula das Revelações; quem deu os informes anteriores, nas eras remotas, continua em vigência; a Mensageiria Divina a Deus pertence.
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“E o Senhor lhe apareceu numa chama de fogo, que saía do meio de uma sarça; e Moisés via que a sarça ardia sem se consumir” - Êxodo, cap. 3.
Todos os Grandes Iniciados, ou aqueles vultos assim qualificados pelos seus feitos na ordem dos eventos espiritualistas de elevada expressão, tiveram suas grandiosas manifestações mediúnicas. Moisés fez o que fez, tirando o povo israelita do Egito, e começando a escrever a Bíblia, a partir do fenômeno mediúnico acima transcrito. Quanto a chamar Deus ao espírito que lhe falava, isso deriva de chamarem deuses aos espíritos. E bem se vê, pela seqüência dos fatos proféticos anunciados e pré-anunciados, que o Espírito Tribal de Israel era realmente um Filtro Daquele que é o Centro Gerador do Universo. Nisto importa acentuar as atenções - o discernimento dos espíritos comunicantes.
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“E tendo Abrão levantado os olhos, apareceram três homens que estavam em pé junto a ele” - Gênese, cap. 18.
“Sobre a tarde chegaram os dois anjos a Sodoma, e ao tempo que Lot estava sentado às portas da cidade” - Gênese, cap. 19.
“Na verdade, na verdade vos digo que vereis o céu aberto, e os anjos subindo e descendo sobre o Filho do homem” - João, cap. 1.
Anjo, espírito e alma, são termos equivalentes na linguagem bíblica. Nos textos acima transcritos não temos Deus falando e sim espíritos. Entretanto, as expressões do Velho Testamento só dizem Deus e anjos, fazendo confusão, para aqueles que menos sabem interpretar. E também beneficiando àqueles que se comprazem em tirar proveito das confusões, como soem ser todos os clericalismos, ou todos aqueles agrupamentos que fazem de Deus e da Fé meio de vida ou carreira político-religiosa.
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Filho da mulher - era assim chamado, nas iniciações antigas, ao homem-natureza, sem a menor noção de verdades iniciáticas.
Filho do homem - este era o qualificativo do homem iniciado.
Filho de Deus - esse título, bem poucos homens o atingiram, porque assim eram chamados os Ungidos ou Cristos. A iniciação facilitava o trânsito pela escala. Como, porém, os documentos passaram por muitas mãos e compilações, fazem confusão a respeito.
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“Escutai pois, diz Crisna, um enorme e profundíssimo segredo, o mistério soberano, sublime e puro. Para se chegar à perfeição é mister conquistar a Ciência da Unidade, que está acima da Sabedoria; é mister elevarmo-nos até ao Ser Divino, que está acima da alma, mais alto mesmo que a inteligência. Ora, o Ser Divino, o Amigo Sublime, existe em nós próprios, está dentro de cada um de nós. Porque Deus reside no interior de cada homem, mas poucos sabem encontrá-Lo.” - Grandes Iniciados.
Deus é impessoal, o Centro Gerador, a Essência Divina que tudo engendra, sustenta e determina. É íntimo e não próximo, não precisa vir de fora, mas deve ser descoberto no imo, por evolução de cada homem ou filho, em si mesmo. Bem disse Jesus, que cada um tem o Reino do Céu dentro de si mesmo. Enquanto, porém, os homens acreditarem em clerezias e formalismos, dogmas e paus e pedras, traindo a Lei, a Terra será um mundo inferior, de guerras, pestes e fomes. Quando, entretanto, os homens se negarem a dobrar os joelhos diante de homens fantasiados e de paus e pedras; quando fizerem questão de cultivar a Virtude e a Sabedoria, então as coisas mudarão na face do mundo. E convém lembrar, também, que Crisna disse isso, quando isso já tinha sido dito há milhares de anos, pois essa é a chave dos ensinos Védico-Búdicos.
A BÍBLIA DOS ESPÍRITAS |
- A BÍBLIA DOS ESPÍRITAS - Cap. 01 a 10
- A BÍBLIA DOS ESPÍRITAS - Cap. 11 a 20
- A BÍBLIA DOS ESPÍRITAS - Cap. 21 a 30
- A BÍBLIA DOS ESPÍRITAS - Cap. 31 a 40
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